1 de mai. de 2015

REVIEW | CHROMA SQUAD


Se você é um jovem na casa dos vinte e poucos ou já passou dos trinta e tantos, possivelmente você assistiu aos Tokusatsus na manchete, não? Ou na Record, Globo, Gazeta, SBT, etc, etc, etc. Estou correto? Pois bem, na época onde o mertiolate ardia e o Biotônico Fontoura era o único contato de crianças normais ao álcool, e se permitia tudo (como bonecos de Ação de Rambo), era normal que nós, seres infantes, pequenos exus, brincássemos de lutinha, fazendo nossos próprios tokusatsus, certo? 


Nos anos 90 isso não mudou muito, pois muita gente brincava de Power Rangers... O que tecnicamente é a mesma coisa, já que tudo não passava de uma desculpa esfarrapada pra batermos em nossos amiguinhos e eles ainda gostarem da gente. Sim, não me olhe com essa cara que você também era assim! Viu? O fato é que adorávamos fingir que éramos nossos heróis favoritos. E um jogo recém lançado nos dá a chance de criarmos nossos próprios heróis. Falo é claro, de Chroma Squad, jogo brasileiro que permite a criação de um Super Sentai... Será que ele vale a pena?

Chroma Squad é a nova criação do Behold Studios, que você deve conhecer por causa do excelente Knights of Pen & Paper. Nele, você controla um grupo de dublês de Super Sentai que insatisfeito com as condições de trabalho em Super Rangers, decidem largar o estúdio e criar seu próprio sentai. A partir daí, eles precisam gerenciar os recursos e orçamento e elaborar os episódios com o que tiver. E conforme a história avança, as coisas se tornam cada vez mais elaboradas e incríveis. Eu não posso contar mais sobre o roteiro do jogo, que senão eu estarei dando spoilers.


O jogo é um mix de gerenciamento de estúdio de sentai (de maneira simplificada, comparando com a vida real) e rpg tático. A parte de gerenciamento depende da dificuldade em que você escolhe, mas no geral as coisas se baseiam em construção (crafting) de itens (recomendo que use o crafting para o mecha), gerenciamento de recursos (monetário e de fãs) e marketing. Além é claro, de responder e-mails de fãs, que podem lhe garantir bônus de pontos para usar melhor os recursos. Com o dinheiro conseguido nos capítulos da série (explicarei mais adiante), você pode comprar equipamentos novos, melhorar seu estúdio (que lhe garantirá bonus) e bancar a agência de marketing de seu show.

Explicando parece ser complicado, mas fique calmo que tudo funciona de maneira tranquila e cada recurso novo que expliquei no parágrafo anterior é introduzido gradualmente no jogo, de modo que você não fique perdido.


A parte de combates é dividido em duas partes. Na dos episódios normais, é um RPG tático de turnos, com uma ressalva. Além dos vencer os combates, é necessário conseguir audiência, então é preciso dar um show. Como se faz isso? Obedecendo as instruções do diretor, pontos extras de audiência são dados. E no final do episódio, esses pontos se convertem em fãs e dinheiro. Cada personagem tem uma classe, classe essa que possui habilidades únicas que podem ser customizadas com o passar das temporadas.

Os personagens podem trabalhar em equipe, e essa colaboração inclusive é necessária para o golpe finalizador (cês sabem, aqueles que explodem coisas). Tudo funciona de maneira simples e intuitiva.


As batalhas de Mecha são bem simples de se executar, mas complicadas de explicar. Ela se passa em turnos. Há um icone de ataque e um de defesa, além dos golpes especiais, que pode ter um ou mais icones na tela (dependendo dos upgrades de seu mecha). Ligado ao seu icone de ataque, há uma porcentagem (de acerto) e um multiplicador (de dano), quanto mais ataque, maior o multiplicador e menor a porcentagem (diminui 10% a cada hit), e esse multiplicador de dano também serve para o boost de defesa do mecha, e para o dano causado pelos golpes especiais. O turno acaba quando o seu mecha erra o ataque, o ataque especial é desferido ou a defesa é ativada.

O turno de defesa é simples, há uma barra com diferentes cores na parte inferior da tela e um ponteiro navega por ela, da esquerda para a direita. Você precisa clicar (em qualquer ponto da tela) quando o ponteiro estiver mais próximo do centro, que vai definir a redução de dano do ataque. E após 3 ataques do seu oponente, retorna a sua vez. Cada monstro possui 3 barras de energia, e quando ele perde as três, fim de luta.


Graficamente, apesar de ser 8-bits possui cenários muito bonitos (levando-se em conta a limitação da pixelização), e apesar de a princípio eles serem um tanto repetitivos (questão de orçamento da meta linguagem do jogo, quanto maior seu estúdio, maior a variedade de cenários), eles passam a variar mais nas temporadas finais. Cada personagem possui uma característica visual única e muitas vezes pode remeter a alguém famoso, seja ator, esportista ou personagem fictício. Quanto a disposição das cores, quem cria é você, sendo tradicionalista ou maluco (Sei lá, tem gente que quer fazer sentai com roxo, laranja, marrom, branco e verde) e isso se reflete no seu uniforme, que vai se alterando conforme os novos equipamentos vão sendo comprados.

A trilha sonora é muito foda, sério, não tem outro adjetivo. Ótimos chiptunes que casam com cada momento do jogo. Seja ele tenso, tranquilo ou de reviravolta. O tema disponível não decepciona. E ainda temos dois temas cantados no jogo: O tema de abertura: "Power of Love, Chroma Squad!", cantado por Shuu Koyama (vocalista da banda japonesa Scoobie Do), e o tema de encerramento, "Be Brave", cantado por Hitomi Go.

E caso você seja um fã de longa data de Tokusatsu, espere ver um monte de referências a séries do gênero (e a outras coisas da cultura pop) durante a sua jogatina, além do que, há uma campanha extra inspirada por outro gênero, no caso o Kamen Rider, que extende ainda mais seu tempo de jogatina.

Finalizando, Chroma Squad é fantástico. Seja como meta jogo, seja como jogo. Ele entrega uma história simples, mas que se torna grande com o decorrer do jogo. Eu, que não costumo gostar de RPG's táticos, mergulhei absurdamente nesse mundinho. Se você é fã de Tokusatsu, faça um favor a si mesmo e compre ele.

Nota final: 10/10

Abaixo você confere um gameplay de quando o jogo ainda estava em Beta:



2 comentários:

  1. Parabéns pelo Review pessoal! Fiquei realmente curioso em jogar esse game, já tinha visto o comentário sobre e que era criação de brazucas. Agora, só ficou um detalhe para perdidos como euzinho aqui....

    Para qual plataforma é esse game? Provavelmente PC né, via Steam?


    Parabéns novamente!
    Grande Abraço!

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  2. Obrigado pelo comentário Ivo!

    O jogo realmente é ótimo, eu viciei nele depois de algumas horas jogando, hahahaha!

    A versão analisada é apenas para PC, mas o Behold Studios também lançara para PS4 e PS3, isso se já não saiu. A versão PC pode ser adquirida via Steam ou diretamente pelo Splitplay.

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